Cristais De Orvalho – Cristales De Rocio

É sábio que critico algum poderá jamais julgar ou medir a poesia, o fazer pórtico. Contudo, digo que a poesia de Roselis Batista nos prende de uma forma, que de tão profunda às vezes dói. Não que a realidade seja rebaixada ou amesquinhada. Ela nos oferece, simplesmente, a realidade vista de um modo todo peculiar, a do seu entendimento sobre o humano. Uma filosofia de vida? Sim com certeza! Com coragem ela nos convida a uma reflexão sobre o ser, o sentir, o existir. E, não se contenta somente com uma fruição de situações, sejam elas pessoas, cores ou formas. Roselis Batista vai para muito além!
Vai para o todo, para a natureza, para o mundo. Numa sociedade ameaçada por inúmeras inquietações, pelas ameaças da era tecnológica que impera e esmaga o ser, encontramos em seus poemas a forca da alma. Alma da mulher frágil no porte, mas forte por dentro. Mulher que vive e esgota seus momentos. Roselis Batista nos oferece desta feita, Cristais de orvalho. Poderia ser o titulo mais sugestivo? Ele, por si só, é um achado poético.
Do seu contato e entendimento do que e ser humano, com técnica rica e lírica que nos encanta, Roselis fala com sutileza e domínio, nos dois idiomas, sobre assuntos diversos. Sobre o amor vivido, retribuído, depois negado.
Das alegrias e ilusões, com peso de uma melancolia madura. Poemas com uma urditura que são mais que uma posição ética. No me tiraron flores, por exemplo, no ultimo verso, e que assim escreve: grito enterro por bonanza. E a posição de quem e livre e, merecidamente, deve receber a calmaria, a almejada traquilidade.