Faro De Aprendiz

Em sua bem-sucedida estréia na literatura com Faro de aprendiz, o inglês Paul Bajoria foi saudado como “uma voz original que evoca autores como Charles Dickens, Philip Pullman e Calleb Carr em sua narrativa vívida, cheia de suspense, capaz de encantar os jovens leitores”. Um belo começo para quem lançou seu primeiro livro aos 40 anos. Belo e merecido. Afinal, o livro foi escrito no fim dos anos 1980. Na época, nenhuma editora quis publicá-lo e os originais ficaram dormindo na gaveta, enquanto o autor se dedicava à carreira de repórter e produtor da BBC. Quando decidiu revê-los, o escritor revisou o texto até chegar à forma final de Faro de aprendiz, que foi lançado com sucesso na Grã-Bretanha e chega ao Brasil pelo selo Pavio, da editora Rocco. Numa engenhosa trama de suspense e aventura que se desenrola por meio de uma linguagem saborosa, temperada com boas pitadas de humor. Impossível não se afeiçoar a Mog Winter, 12 anos, que trabalha como aprendiz numa oficina de impressão em Clerkenwell, na Londres do século XIX. Sem pai nem mãe, Mog teve que aprender a se virar desde cedo e trabalha para o impressor Cramplock em troca de pouco dinheiro e um abrigo onde vive com seu cão e companheiro de todas as horas, Pestana. Em seu cotidiano, Mog imprime cartazes sobre peças de teatro, notícias em geral e, principalmente, os temidos anúncios dos procurados pela polícia. É justamente depois de imprimir o cartaz sobre um certo Cockburn, um temido foragido da prisão de Clerkenwell, que Mog se envolve numa perigosa e surpreendente aventura que passa pelas docas do cais do rio Tâmisa. Numa trama cheia de reviravoltas, narrada em primeira pessoa, Mog se vê cara a cara com um bandido que está por trás de um roubo ligado a um navio recém-chegado da Índia e a partir daí vai parar no centro de uma confusão causada por uma troca de identidades que revelará muito sobre seu próprio passado. Suspense, ação e um enredo muito bem conduzido fazem de Faro de aprendiz um romance marcante que m