Nucleo De Dramaturgia / Sesi-british Council – V. 01

“Escrever é nascer para uma nova maneira de ser.” A frase, do livro Dicionário de mitos literários – tópico Literatura e iniciação (organização de Pierre Brunel, editoras UNB e José Olympio), dá a medida da forte vocação do Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council. Ao chegar à sua 6a turma, o Núcleo reconhece ser, antes de um território de apreensão de técnicas de escrita, um provocador do confrontamento do autor consigo mesmo. “A crença segundo a qual a criação artística é uma experiência vivida do caminho das metamorfoses tem, como consequência, a crença numa possível transmutação ontológica do autor, a obra sendo reveladora, por sinal, do itinerário da autogeração do autor.” (Dicionário de mitos literários). Portanto, para nós não há receitas nem fórmulas de escrita – o desafio, antes de tudo, é mudar a cabeça, antes de mudar o texto, é ter coragem, é enfrentar os próprios demônios, confiar na intuição, abandonar as opiniões e ações contrárias aos nossos impulsos mais recônditos. E claro, paralelamente, ampliar os conhecimentos teóricos e práticos. Confiamos que as peças a seguir oferecem ótimos exemplos de obras singulares e distintas, escritas por jovens autores que, durante 11 meses, se dedicaram a cumprir um rito de passagem. Dos 12 textos, dois foram selecionados para montagem: Em Abrigo, de Fernando Aveiro, e Solilóquios, de Amarildo Félix, ambos com direção de Johana Albuquerque. Outros seis foram escolhidos para leituras públicas, com diretores e elencos renomados: Erro de Paralaxe, de Péricles Silveira; Em Colônia, de Monalisa Vasconcelos; A Falta que nos Cansa, de Danilo Marcks; O Amor Canibal, de Ave Terrena; Narciso, de Luiz Antonio Farina, e Brenda!, de Vince Vinnus. Como conjunto, os 12 formam um vigoroso painel de singularidades, expressão da voz distinta de cada autor; agora estão à disposição para serem fruídos por vocês, caros leitores.