Peso | 710 g |
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Dimensões | 2 × 16 × 23 cm |
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Padrões Sociolinguísticos
R$60,00
- Autor: William Labov
- Editora: Parabola
- Coleção: Lingua[gem] 26
- Tradução: MARCOS BAGNO / MARIA MARTA PEREIRA SCHERRE / CAROLINE R. CARDOSO
- Qtd. Páginas: 392
- Isbn: 9788588456853
- Código Estoque: 230743A
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A publicação, em 1972, de Padrões sociolinguísticos [Sociolinguistic Patterns] representou o nascimento oficial de uma área dos estudos da linguagem que, desde então, não tem parado de se desenvolver em todo o mundo: a sociolinguística variacionista. Interessado, de início, em desvendar os enigmas da mudança linguística, William Labov acabou revelando a complexa relação desse fenômeno, diacrônico, com outro, sincrônico: a variação linguística. As línguas mudam porque variam – foi a revelação trazida por ele, ao resgatar dos subterrâneos da linguística estruturalista os falantes e suas interações sociais, elementos tidos como “perturbadores” pela primeira grande escola de estudos linguísticos do Ocidente, inaugurada por Ferdinand de Saussure na primeira década do século XX. As línguas mudam porque não existem “línguas”: existem falantes de carne e osso, vivendo em sociedades complexas, hierarquizadas, heterogêneas, e que, eles sim, mudam as línguas ― o que torna impossível desvincular os fatos de linguagem dos fatos sociais. A sociolinguística variacionista traz, desde seu surgimento, a marca dos conflitos políticos e ideológicos, uma vez que Labov criou um instrumental teórico capaz de aniquilar o mito da “deficiência verbal” das classes sociais subjugadas (e, no caso específico dos Estados Unidos, dos negros), estabelecendo a lógica gramatical inegável dos dialetos considerados “não padrão”, isto é, das formas de falar das comunidades excluídas do poder e do controle social. O impacto dessas ideias tem sido profundo, já que refutam consistentemente a milenar classificação das formas linguísticas em “certas” e “erradas”, e provam que a “língua padrão” (designada, no Brasil, com o infeliz rótulo de “norma culta”) é tão somente um construto sociocultural e ideológico, que nada tem de intrinsecamente “bom”, “bonito” e “elegante”, adjetivos que só recebe por ser o modo de falar imposto pelas classes dominantes.