Margem Esquerda 37 – dialética chinesa?

A ascensão da china a potência mundial já é realidade há alguns anos mas continua desafiando explicações convencionais, não apenas as do “pensamento único” neoliberal como também as marxistas mais tradicionais. é este o tema de capa da nova edição da margem esquerda, que traz perspectivas diversas que buscam desvendar o enigma chinês. Com dossiê coordenado por joão quartim de moraes e fernando garcia, o número abre com uma longa entrevista comandada por luiz felipe osório e gilberto bercovici com o professor de geopolítica econômica josé luis fiori. O dossiê sobre o gigante asiático conta com cinco artigos que procuram mapear através de análises concretas o “equilíbrio sinérgico” entre a planificação e as forças do mercado” responsável pelo seu êxito. já maurilio botelho e marcos barreira enxergam na euforia em torno do fenômeno chinês um eco do falatório (hoje quase esquecido) sobre o “milagre japonês” e os tigres asiáticos. Abrindo a seção de artigos, eles analisam a ascensão chinesa das duas últimas décadas à luz da crítica do valor e sua teoria da crise. A política nacional e o governo bolsonaro são temas dos artigos de luiz bernardo pericás e juliana paula magalhães. Jorge fornet aborda as recentes manifestações que tem chacoalhado a ilha de cuba e fabio luis barbosa dos santos interpreta as rebeliões ocorridas em diversos países sul-americanos ao longo do último ano como colômbia, peru e chile. Friedrich engels é tema de artigo de wolfgang streeck e slavoj žižek aborda os temas do capitalismo e ecologia pela ótica de karl marx e jacques lacan. josé arthur giannotti e alípio freire ganham incisivas homenagens pela ótica de lidiane soares rodrigues e tatiana merlino. O editor de poesia flávio wolf de aguiar apresenta o trabalho do escritor hsi tseng tsiang e o ensaio visual que atravessa as páginas da revista é assinado por zhang huan, com curadoria de francisco klinger carvalho, editor de arte da revista. A edição também inaugura uma nova seção da revista, dedi