Esaú E Jacó

Esaú e Jacó é o penúltimo romance de Machado de Assis, publicado em 1904. Nestas páginas, o leitor acompanhará a história entre os irmãos Pedro e Paulo que, desde o ventre, são inconciliáveis, motivo que faz com que a mãe deles, Natividade, ainda na gravidez, vá atrás da “cabocla” para que ela possa prever o destino de ambos. A previsão animadora: “serão grandes”, não é o suficiente para apaziguar a inquietação da mãe. De fato, ao nascerem, apesar de idênticos fisicamente, Pedro e Paulo são completamente opostos em tudo o mais: o primeiro é um monarquista ferrenho, e o segundo um republicano fanático. Como é de se notar, a obra é ambientada no Rio de Janeiro da virada do século XIX para o XX, passando por eventos como a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República, claro que sob a perspectiva irônica e pessimista que tanto caracteriza a maturidade da prosa machadiana. É também neste romance que surge a figura do Conselheiro Aires, um velho diplomata, que é entendido pela crítica como um alter ego de Machado de Assis. Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839 na cidade do Rio de Janeiro. Neto de escravos alforriados, foi criado em uma família pobre e não pôde frequentar regularmente a escola. Porém, devido a seu enorme interesse pela literatura, conseguiu se instruir por conta própria e encontrou no caminho das letras a sua identidade social e política. Ao longo de sua vida, escreveu para revistas, jornais e, suas obras, abarcam praticamente todos os gêneros literários. É considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores um dos maiores, senão o maior, nome da literatura do Brasil.