Nenhuma Paixão Desperdiçada: Ensaios

Ler com toda a atenção é fazer silêncio dentro do silêncio. Esse tipo de silêncio, a esta altura da vida contemporânea na sociedade ocidental, tende a se tornar um luxo. (George Steiner) George Steiner é um dos mais respeitados ensaístas e críticos literários da atualidade. Em Nenhuma Paixão Desperdiçada Steiner se volta à linguagem, à relação da linguagem e da literatura e também à religião. Os ensaios reunidos neste livro celebram a excelência da arte de ler em uma época em que esta arte e o status do texto têm sido confrontados por movimentos literários e pelas novas tecnologias da informação. Os vinte e um ensaios de Nenhuma Paixão Desperdiçada exploram e reorientam as análises da leitura e da literatura nos formatos tradicionais visto que, movimentos literários passados como o “pós-estruturalismo” e o “pós-modernismo” moldaram a leitura e os próprios textos. Um nova interface do texto e de seus receptores aponta para uma modificação radical nos hábitos de leitura a partir do surgimento de novas tecnologias e da possibilidade da mídia virtual e eletrônica.

Através da análise de três cânones da literatura ocidental – a Bíblia, Homero e Shakespeare – examina formas do que chama “leitura aplicada”. Steiner aborda as obras de Freud, Kierkgaard, Kafka, Simone Weil e percorre os circuitos da herança helênica no ensaio A tragédia absoluta onde retoma Macbeth, Hamlet, Fausto e Fedra. “Ler bem é ser lido pelo que se lê”, ensina George Steiner, que celebra a “recriação da criação” na arte dos tradutores e desdobra o destino judaico – um tema que atravessa os trabalhos do autor, em particular quando ele reflete sobre as escrituras hebraicas e o Talmud, como a verdadeira terra prometida dos judeus, sobre os paralelos entre a Última Ceia de Sócrates e a Última Ceia de Jesus Cristo, e sobre os frutos do encontro das culturas européia e americana. Cobrindo uma ampla gama de assuntos Steiner faz de Nenhuma Paixão Desperdiçada um livro memorável, repleto de artigos controversos