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Bloco As Raparigas de Chico Buarque ano 05 – V em O Sebo Cultural

29/02/2016

Camisas: Arte de Kelisson Soares. Standart Jandy Rocha.

TEXTO DE Linaldo Guedes: “Que coisa linda é o bloco As Raparigas do Chico!
Em torno do Sebo Cultural (isso por si só já dá uma aura de magia ao bloco), milhares de pessoas, de artistas, de intelectuais, de jornalistas, de poetas cantando as músicas de Chico Buarque apresentadas num palco em plena Rua Tabajaras.
Sem trio elétrico, sem preocupação de dizer que levou 100 ou 500 mil pessoas à avenida, sem violência, sem bêbados inconvenientes, sem axé ou “metralhadoras” ridículas.
Lembra um pouco o Bloco Muriçocas do Miramar, quando este começou lá atrás. As Muriçocas aglutinava esse mesmo pessoal que estava nas Raparigas, com a mesma alegria e felicidade estampada nos sorrisos, nos passos carnavalescos. As Muriçocas original era pura, como também é hoje As Raparigas. Tinha seus princípios, como só tocar frevo. Hoje toca qualquer leseira que faz sucesso na mídia. Cresceu demais e hoje está mais preocupada em números e manchetes de que arrasta 500 mil pessoas às ruas de João Pessoa do que em manter sua identidade com a cidade e com os primeiros foliões que fizeram o nome do bloco.
Espero que As Raparigas de Chico mantenha o que vem apresentando nesses seus primeiros anos de Carnaval. Se o Bloco foi criado para reverenciar Chico Buarque, que seja assim sempre, sem abrir espaço para outras músicas. Se o bloco foi criado sem trio elétrico, só com um palco ao lado do Sebo, que assim seja sempre. Se o bloco foi criado na base do concentra mas não sai, que nunca invente de desfilar pelas ruas do centro ou da orla. Se o bloco foi criado valorizando os artistas da terra, que não mude isso nunca.
No dia em que mudar alguma dessas coisas, o bloco perde a identidade e vira um bloco igual a qualquer um do Folia de Rua.”

O Bloco foi viabilizado, no final de 2011, numa reunião em O Sebo Cultural que contou com a participação de Silvia Patriota, Ana Costa, Heriberto Coelho, Ademilson José, Deinha Claro, Socorro Pontes, Khívia Carvalho, Gilson Renato e Mana Lia, grupo diretor do As Raparigas de Chico Buarque.

“A poesia encaixa perfeitamente com o Carnaval. Quem ainda não sabe disso deveria ter ido ver esse casamento fantástico na Rua dos Tabajaras, perto de um Lyceu e dentro e fora de um cebo. Cultural demais, esprangido demais, livre demais, despojado de preconceitos, comprometido com o livre pensamento e o livre dançar, dançar, dançar…

“Raparigas de Chico – o bloco. Seis anos de existência de um grupo muito bem engendrado, que começou a chamar atenção nos três últimos. Encheu a via pública em paz. E ofereceu um desfile de beleza e misturas de roupas, idades, cores, vontades. Muito massa ver. E ouvir, então…

Na trilha sonora, a arte do homem que fez todas essas raparigas se reunirem num sábado de carnaval, no centro de João Pessoa. Chico Buarque passou com a banda e transformou o lugar numa imensa roda viva. Caetano Veloso, a convite de Cristovam Tadeu, fez homenagem divertida ao patrono das raparigas, que ainda viu suas lindas composições serem cantadas pela Orquestra de frevo Paraíso Tropical do maestro kiko, tecladista Fábio Torres e o baterista Danilo Cezar, Coral Voz Ativa dirigido pelo maestro Luiz Otávio, Banda Mafiota (Diógenes Ferraz, Felipe Gomes, Teo Filho, Geraldo Lima, Morgana Morais e Botelho Abrantes), Orquestra Sanhauá, do maestro Teinha, DJ Oswaldo Travassos. O palco foi coordenado pelo jornalista Gilson Renato.” (Por José Carlos dos Anjos Wallach)

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