29/10/2010
Solfejo de Eros não é uma obra de poesia erótica, mas amorosa. Vários de seus poemas comprovam que esse erotismo, já presente na Grécia Antiga, com Safo de Lesbos (VII a.C. – VI a.C.), e na literatura do séc. XX, em autoras como Anaïs Nin (1903-1976) e a poetisa Joyce Mansour (1928-1986), ou que, no Brasil, surge com o poeta barroco Gregório de Mattos (1636-1695), e prossegue na obra de modernistas, como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), é um tema, embora frequente, não exclusivo. Eros, aqui, vai além do enlace sexual entre mulher e homem, e invade todas as dimensões da relação afetiva, estendendo-se inclusive a outras formas de amor, como os intensos sentimentos maternais da autora por sua filha.
Além disso, o próprio significado da palavra Solfejo já nos remete ao “exercício musical” que a poesia de Anna Apolinário executará em sons, imagens e ideias, criando poemas de alta intensidade lírica e de grande qualidade estética: verdadeiras obras de arte e não mero empilhamento de versos! Dona de uma imagética ousada e forte, ferozmente feminina, de uma sonoridade inventiva e atraente, que prende, nestes versos muito bem trabalhados estilisticamente irrompe uma autora que sempre busca a palavra e a imagem certas, o som exato, único. Anna não apenas escreve: lapida. Sempre com muito talento e criatividade. E não importa o que digam ou deixem de dizer: é sem dúvida uma artista! Uma poetisa verdadeira, natural, genética!
Adriano Wintter (Poeta)
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