A Arte Perdida De Guardar Segredos

O charme dos anos 1950 está de volta na prosa elegante de Eva Rice em A arte perdida de guardar segredos, uma história tão deliciosa como o título que dá nome ao romance. Uma adolescente ansiosa por se apaixonar, segredos de família e amores escondidos fazem parte da trama ambientada em uma Inglaterra que ainda tenta se reestruturar depois da Segunda Guerra Mundial.
Milton Magna Hall: a casa centenária de nome imponente desperta a curiosidade de todos que a vêem. Entretanto, a nobre mansão vive apenas do passado glorioso. As enormes alas com vazamentos no telhado e os glamourosos quartos com as paredes descascadas refletem as dificuldades enfrentadas pelos donos, agora que a Segunda Guerra acabou e o chefe da família não sobreviveu ao conflito.
Talitha, viúva aos 36 anos e uma das maiores beldades de Londres, faz da casa o sustento da família, organizando visitas à propriedade um dia freqüentada por nobres. Penelope, a filha mais velha, é uma adolescente sensível que, à sombra da beleza estonteante da mãe, não consegue enxergar os próprios encantos e Inigo, agora o único homem da casa, sonha em ser astro do rock.
A vida da família muda de rumo quando Penelope conhece a excêntrica e espirituosa Charlotte Delancy num ponto de ônibus. As duas acabam dividindo um táxi até a casa de Charlotte, onde Penelope conhece toda a família: tia Clare, cuja presença consegue transformar o ambiente “da mesma forma que um enorme buquê de flores faria, completando tudo à sua volta com uma beleza vibrante e impressionante”, e que conhece um pouco da história da família Wallace, e o primo Harry, um rapaz que ganha a vida com truques de mágica e que, apesar de não se encaixar nos padrões de beleza, é inegavelmente charmoso e de uma imprudência mais do que atraente.