A Coroa De Orquideas

Elas começam como comédia – e terminam como tragédia. Essa é a linha das cinqüenta histórias de A coroa de orquídeas, a segunda antologia da série A vida como ela é… , de Nelson Rodrigues. Durante dez anos, de 1952 a 1962, Nelson escreveu diariamente uma história de A vida como ela é… para o jornal Última hora, do Rio. Republicadas nas diversas edições regionais do jornal, mostraram que esse autor tão carioca, embora pernambucano de origem, era um dos mais universais escritores brasileiros.
As histórias de A coroa de orquídeas só incidentalmente se passam no Rio dos anos 50, no tempo em que ali ficava o Distrito Federal, em que os carros eram Buicks ou Cadillacs e em que os encontros amorosos sempre terminavam em paixão e sangue. Na verdade, elas se passam naqueles dois únicos territórios que não conhecem lugar ou época: o corpo e a alma de seus protagonistas.
Há quem leia com nostalgia as histórias de Nelson Rodrigues. E quem não viveu aquele tempo talvez se impressione ao descobrir até que ponto o amor e o sexo podiam ser intensos, fulminantes e rocambolescos.