A Globalizacao Da Comunicacao

A globalização tem construído e derrubado impérios. Aliada à sua força está o poder exercido pela comunicação. Anteriormente utilizada apenas como veículo de transmissão de idéias, pensamentos, interação e socialização, o papel da unificação entre transmissor e receptor de mensagens ganhou novos patamares. Patamares ligados ao poder e desigualdade de relações. Na obra “A globalização da comunicação”, escritor belga Armand Mattelart traduz a nova linha da utilização comunicacional. Discorrendo sobre as redes da universalização e a origem dessa obsessão por um ‘espaço mundial totalmente fluido’, o autor remonta o cronograma histórico que tornou possível esse processo. Alguns dos fatores que contribuíram decididamente para a ampliação da comunicação foram: liberação dos fluxos, revolução na linguagem, padronização, novas formas de comércio, divisão internacional do trabalho, associação universal, entre outros. Com a massificação das formas de transmissão, começaram a surgir as famosas fábricas culturais. Informações instantneas, em tempo real, em qualquer lugar e a qualquer hora, formaram os grupos de imprensa. Com eles, a propaganda ganhou voz e vez. Juntamente com o jornalismo (à época, de caráter publicista), ela ganhou contornos de “bomba aspiradora e centrífugadora de informações propagadas nos quatro cantos do planeta.” O poder exercido pela propaganda só vai ser concebido, pela primeira vez, durante o período das grandes guerras mundiais. Feita através do rádio e do cinema, ela deu à luz ao que os estudos teóricos chamariam de: comunicação de massa, indústria cultural e sociedade de massa. A comunicação foi amplamente usada na manutenção de regimes totalitários, como o nazismo e o fascismo.