A Guerra De Don Emmanuel

Uma enchente de gatos e uma epidemia de riso. O realismo fantástico é o mote do novo romance de Louis de Bernières, autor, ainda, de O bandolim de Corelli, que acaba de virar filme, estrelado por Nicolas Cage e Penelope Cruz. Em A guerra de Don Emmanuel, primeiro romance de Bernières, o autor fecha seu campo de ação em torno dos habitantes de um pequeno lugarejo. A trama envolve uma pequena cidade e suas dramaticidades, seus personagens instigantes, recheados com horror e uma visão muito particular da América Latina. Louis de Bernières morou muitos anos na Colômbia e o contato com a vida e a cultura latinas aparece claramente em seus livros. Este livro se passa num fictício país sul-americano, uma nação pobre, violenta e cheia de belezas naturais, onde o abismo entre ricos e pobres é enorme e, ao que parece, intransponível. Para piorar a situação, a arrogante fazendeira Dona Constanza resolve desviar o rio que alimenta as lavouras da região — e que o líder camponês, o dissoluto e desbocado don Emmanuel, usa com propósitos impublicáveis. Tudo isso para construir uma piscina natural para seu divertimento particular. A atitude de dona Constanza revolta os camponeses. Chefiados por don Emmanuel, eles entram em violento conflito contra um exército brutal, com conseqüencias trágicas, heróicas e, acima de tudo, muito engraçadas. A partir da trama provocada pelo conflito entre fazendeiros e camponeses, o autor mistura alguns dos piores aspectos da realidade com episódios fantásticos. Em A guerra de Don Emmanuel já estão presentes os principais elementos que consagraram Bernières: aventura, comédia e uma prosa vibrante e criativa, que fizeram de O bandolim de Corelli e outros romances grandes sucessos de público e crítica.