A Manilha E O Libambo – A Africa E A Escravidao De 1500 A 1700

Desde as raízes no Egito faraônico passando pela Grécia antiga e alastrando-se com a expansão do Islã que carecia de mão-de-obra e via na prática uma maneira legítima de expiar a culpa dos ímpios a escravidão é enfocada pelo autor como um fenômeno econômico que posteriormente derivou em ações de discriminação racial. Na extensa e fundamentada pesquisa de Costa e Silva isso fica nítido em detalhes como os relatos de divisões negras dos exércitos os manuais de avaliação de temperamento dos cativos e mesmo as diferenças na emasculação de soldados: eunucos brancos tinham apenas o saco escrotal extirpado enquanto os negros eram decepados rente ao abdômen. A África enfocada no livro nem de longe remete à aura de pobreza que envolve o continente hoje. ´Assim como o piche é o remédio para a sarna dos camelos o Sudão é o remédio para a pobreza dos homens´ reza um provérbio atribuído a Maomé. Nesse contexto fértil estados que nem precisariam da mão-de-obra escrava para crescer passam a adotá-la por pressão externa. ´Pare e será um escravo! Ou corra e será um cadáver!´ passou a ser a tônica da dominação. Mesmo aqueles que sabiam da alforria de seus descendentes uma prática de resto desconhecida .