Nelson Rodrigues desmistifica a imagem aparentemente normal de uma família. Enquanto um locutor faz elogios à harmonia e à felicidade da família completamente falsos, seus componentes posam para retratos (O locutor é uma espécie de Opinião Pública, orienta Nelson na abertura do primeiro ato), num espaço de tempo que vai de 1900 até 1924. A peça mostra as obsessões incestuosas que corroem seu interior e resultam em diversos atos de violência e perversão sexual. ‘Álbum de família’ foi fundamental, segundo o próprio Nelson para que ele se tornasse um abominável autor. A obra foi proibida durante vinte anos por ‘preconizar o incesto e incitar ao crime’, segundo a censura da época.