Assalto ao Paraíso

Este romance de Marcos Aguinis tem início em março de 1992 com a explosão suicida que destruiu a embaixada de Israel em Buenos Aires e pôs fim à vida de dezenas de pessoas. Com o intuito de cobrir o atentado, a jornalista Cristina Tíbori, famosa por suas reportagens investigativas, dirigese para o local e vê também a sua própria vida ser transformada pela tragédia. Ali ela conhece o clérigo muçulmano Zacarias Najaf e, sob os escombros, uma surpresa ainda a aguarda, a qual determinará o futuro das investigações da moça. Começa então a se desenrolar uma intensa e amplamente intricada rede de relações entre funcionários do governo, políticos influentes, policiais corruptos, fiéis fundamentalistas e serviços de Inteligência, que, por razões diversas, em muito podem dificultar as investigações que levariam ao esclarecimento do atentado ocorrido. Em um extremo da cadeia, encontra-se Cristina, que de tudo fará para impedir que a impunidade incite tentativas futuras de atos semelhantes. No outro está Dawud Habbif, o último elo nesta rede, uma célula adormecida cujo objetivo último é executar a missão que o levará direto ao Paraíso. Entre eles Zacarias Najaf e todos os outros que poderão ou não permitir que um ou outro cumpra primeiro a sua missão. “Aproximou-se cautelosa da montanha de poeira onde estivera a embaixada.Seus cinegrafistas a seguiam de perto captando as imagens. Custava-lhe manter-se tranqüila, profissionalmente tranqüila. Em meio à bruma recendendo a pólvora e sangue, deparou-se com o vazio. Ali havia existido uma construção imponente que, em um instante, transfigurou-se em cinzas.” Assalto ao Paraíso foi escrito nos vazios deixados pela realidade argentina recente, mas a supera e adquire um intenso interesse universal ao confrontar-se com o terrorismo fundamentalista. Neste livro, a literatura explora os abismos escabrosos de uma mente apaixonada pelo ideal da destruição. É um romance de suspense avassalador no qual os personagens lutam, por vontade própria