Bandeira De Sangue Nem Herois Nem Viloes

A obra, além de revelar novos fatos acerca dos eventos que culminaram com a morte do presidente João Pessoa Cavalcanti, buscou ainda desvendar o roteiro da última viagem feita pelo governante paraibano. “Esse era um mistério que me intrigava há muito tempo”, diz o autor. “Eu sempre tive a curiosidade de saber se o trajeto era o mesmo que fazemos hoje numa viagem para Recife, a capital pernambucana. E qual não foi a minha surpresa quando descobri que não era”, observa o jornalista.
O livro, segundo o autor, não é uma biografia do presidente João Pessoa Cavalcanti, e se atém, conforme ele mesmo disse, a buscar as origens de todos aqueles fatos os quais mudaram para sempre a própria história do Brasil. “Muitas pessoas me questionaram se se tratava de mais uma biografia do presidente paraibano, e tenho de explicar que a obra está longe disso”, disse Nunes. O autor estudou em detalhes os termos do segundo inquérito que foi realizado meses após o assassinato do advogado João Duarte Dantas, em Recife. E, segundo ele, encontrou divergências entre o que disseram alguns autores que escreveram anos após os fatos, e o que foi apurado posteriormente. “Algumas das afirmações feitas por abalizados historiadores paraibanos foram desmentidos pelo inquérito, o que será oportunamente conferido pelo leitor mais atento, no meu livro”, disse o provocativo autor de “Bandeira de sangue”.
Segundo Nunes, é interessante como uma história passada há 90 anos continua a emitir seus ecos nos dias atuais. “A impressão que temos é a de que João Pessoa Cavalcanti e João Dantas, assim como todos os demais personagens dessa história, continuam a passear pela Rua Duque de Caxias como se nunca tivessem deixado a cidade para viver em outro plano”, observou o autor.