Cercas E Janelas – Na Linha De Frente Do Debate Sobre Globalizacao

Naomi Klein, a festejada autora de Sem logo – sucesso absoluto de público e crítica no Brasil e no mundo -, relata suas últimas experiências na linha de frente do debate sobre a globalização. CERCAS E JANELAS reúne textos da autora publicados em prestigiados veículos como The Guardian, The Los Angeles Times e The Globe and Mail. Esta seleção de artigos, vários inéditos, aborda temas como Alca, Nafta, alimentos geneticamente modificados, copyright e música na Internet, patentes de remédios, experiências comunitárias em Buenos Aires, ativismo antinuclear nos desertos da Austrália, o PT e a ATTAC (Ação pela Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos Cidadãos) na criação do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, “fundamentalismo econômico” e mídia alternativa, o subcomandante Marcos e o Exército Zapatista de Libertação Nacional. As duas imagens evocadas pelo título são na verdade metáforas para o mundo atual. As cercas são reais, barras de aço mantendo ativistas longe das grandes corporações. Ao mesmo tempo, elas mantêm os mais pobres longe das possibilidades de ascensão social: as cercas de pobreza impedem uma total distribuição de educação e saúde. Klein argumenta que a globalização beneficia somente aos cidadãos mais ricos e a ênfase na privatização inviabiliza serviços públicos essenciais ao redor do mundo: “Apesar de todas as tentativas de privatização, há algumas coisas que se recusam a ser possuídas. Música, água, sementes, eletricidade, idéias – tais coisas continuam irrompendo para fora dos limites erguidos em torno delas. Têm uma resistência natural à prisão, uma tendência a fugir, à troca, a fluir através das cercas, e a escapar pelas janelas abertas”, explica. Críticos ao movimento antiglobalização sugerem uma falta de estrutura coesa em suas bases, mas é nos pequenos e variados grupos que a autora aposta. Essa diversidade de protestos funciona como falhas nas rígidas estruturas. Janelas que permitem aos menos afortunados enxergarem o que realmente oc