Depressao.com

O economista Michael J. Mandel continua exercitando seus dons premonitórios. Editor de economia da revista americana Business Week, Mandel foi o primeiro a perceber os sinais do nascimento do que viria a ser conhecido depois como Nova Economia (termo que ele cunhou) – as inovações tecnológicas, somadas à globalização do comércio e um sistema financeiro que garantia rápidos aportes de capital, aqueciam a economia através do aumento da produtividade. Em Depressão.com, ele aposta no fim desse período de crescimento excessivo. “Era óbvio para mim, desde o princípio, que a Nova Economia ainda teria uma fase recessiva”, explica, “conforme chegava ao fim de 1999, ficou claro que a economia podia sofrer uma desaceleração maior do que qualquer um esperaria”. A recessão iminente não é suposição de um mero alarmista. Michael Mandel é o expert do mercado, considerado mago dos números e foi eleito, recentemente, um dos melhores jornalistas financeiros do século XX. Embora alguns economistas considerem a crise passageira, os atuais índices de inflação americanos – chegando a 1,1%, o maior dos último anos – endossam a tese de Mandel. Segundo o economista, a depressão é algo cada vez mais plausível. Principalmente tendo em vista os alicerces frágeis da Nova Economia: o desenvolvimento tecnológico e o mercado financeiro se alimentando mutuamente. “A dinâmica no mundo dos negócios mudou e é esse o motivo da próxima depressão ser tão grave”, analisa.

O autor mostra, em Depressão.com, que o investimento em tecnologia está diminuindo e será reduzido ainda mais. O capital de risco, fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias, está secando, o que acarreta a queda da produtividade e o aumento da inflação. O Federal Reserve, banco central americano, aumenta os juros para conter a inflação e, com isso, intensifica a desaceleração da economia, que se encaminha para uma recessão profunda e prolongada. Em Depressão.com, Mandel discute não apenas o que pode acontecer durante a re