Peso | 730 g |
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Dimensões | 3 × 15 × 22 cm |
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Limonov – Acompanha box com encarte
R$35,00
- Autor: Emmanuel Carrère
- Editora: Tag – Experiências Literárias / Alfaguara
- Tradução: André Telles
- Qtd. Páginas: 377
- Isbn: 9788556520401
- Código Estoque: M45275A
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Conhecemos análises sobre o nazismo. Lemos livros de história. Temos relatos de sobreviventes de campos de concentração. Vemos filmes sobre episódios da Segunda Guerra Mundial. Mas não sabemos como era o cotidiano nas cidades alemãs nessa época: a atmosfera que a sociedade respirava, o teor das conversas entre pessoas comuns, os tipos humanos, as esperanças e medos, os heroísmos anônimos, as pequenas covardias. O filólogo Victor Klemperer registrou tudo isso. Judeu alemão assimilado, convertido ao protestantismo, sem militância política, assistiu com perplexidade ao que lhe parecia inverossímil: a ascensão da barbárie no coração da Europa. Perdeu a cidadania do país que amava, quando a doutrina racial tornou-se lei. Foi afastado da cátedra, das bibliotecas e do convívio normal com os demais. Teve a casa confiscada. Viu amigos e conhecidos e até o próprio filho adotivo aderirem ao regime que o discriminava. Forçado a usar a estrela de Davi sobre a roupa, como forma de identificação, conheceu todas as humilhações. Escapou dos campos de concentração graças à mulher, Eva Klemperer, uma “ariana” para usarmos o termo da época que se recusou a abandoná-lo, acompanhando-o nas Judenhauser [casas de judeus] como fiadora da sua sobrevivência. Durante a guerra, Victor foi enviado como trabalhador manual para as fábricas carentes de mão de obra. O desespero e a morte rondaram, durante anos, a vida dos dois. A vingança foi escrever um diário. Victor acordava às 3: 30h da manhã para registrar tudo, clandestinamente. Eva contrabandeava as observações para a casa de uma amiga fiel. Elas descrevem, vistas de dentro, a ascensão do nazismo, a glória do regime, a adesão das massas, a onipresença de um poder totalitário, as perseguições, a guerra e, finalmente, a derrota. Mostram muitos aspectos desse processo, mas têm um fio condutor, o estudo da linguagem: “O nazismo se embrenhou na carne e no sangue das massas por meio de palavras, expressões ou frases, impostas pela repetição, milhar