Peso | 383 g |
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Dimensões | 1 × 16 × 23 cm |
Condição | |
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Idioma |
Linguagem, Gênero, Sexualidade
R$30,00
- Autor: ana cristina ostermann / beatriz fontana (orgs.)
- Editora: Parabola Editorial
- Coleção: linguagem – 37
- Qtd. Páginas: 166
- Isbn: 9788579340123
- Código Estoque: 382236A
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Interpretar padrões sexuais amplos no uso da linguagem, sem considerar outros aspectos da identidade e das relações sociais, é como pintar com um olho fechado. Os falantes não são montados com módulos separados e independentes: parte euro-americano, parte feminino, parte de meia-idade, parte feminista, parte intelectual. Isolar gênero de outros aspectos da identidade social também conduz a generalizações prematuras até mesmo sobre concepções normativas a respeito de feminilidade e masculinidade (Penelope Eckert e Sally McConnel-Ginet, 1992).Os sentidos de si construídos não são simplesmente (ou mesmo primariamente) sentidos generificados: eles agregam atributos de si produzidos em variadas relações com os outros, tais como desempregado, estadunidense de origem asiática, lésbica, indivíduo com nível de escolaridade superior e pessoa em pós-menopausa. Nunca nos deparamos com a linguagem sem que esteja acompanhada de outros sistemas de símbolos, e o gênero é sempre acompanhado de formas complexas de participação de pessoas reais em comunidades às quais elas pertencem (ou pertenceram, ou esperam ainda pertencer) (Penelope Eckert e Sally McConnel-Ginet, 1992).Na teoria queer pós-moderna inaugurada por Butler, […] a dêixis é por si mesma um princípio constitutivo da linguagem: as palavras não estão significadas em e por si mesmas; esse significado é construído no discurso (Anna Livia e Kira Hall, 1997).As mulheres e os homens não vivem em planetas diferentes, mas são membros de culturas nas quais uma grande quantidade de discursos sobre gênero está sempre circulando. Além de aprender e então mecanicamente reproduzir formas de falar “adequadas” a seu próprio sexo, homens e mulheres aprendem um conjunto ainda mais amplo de significados generificados, os quais são atribuídos, de formas também bastante complexas, a formas diferenciadas de se falar, produzindo seu comportamento à luz desses mesmos significados (Deborah Cameron, 1998).Tradução: Ostermann, Fontana et alii