O Porta-retrato

O amor à a peça central dos contos de Letícia Palmeira, porÃm, este sentimento pode ser melhor compreendido, se o terno amor for reformulado para obsessão. A escritora de “O Porta-Retrato” reuniu em sua obra uma compilação de histórias macabras, cujos personagens direcionam este nobre sentimento de amor as beiras da loucura. O conto Olívia narra uma breve história deste tipo doentio de amor. A narradora conta a história de Olívia, uma mulher solitária que se apaixona pelo seu novo vizinho do número 804. Conforme a narrativa se desenvolve, o psicológico de Olívia vai sendo descoberto por um funcionamento obsessivo, revelando uma personagem assassina. As histórias ganham atà mesmo um viÃs surrealista, conforme a psicose dos personagens acentua a estranheza das ações destes mesmos caracteres. No conto Melinda o amor obsessivo envolve os personagens em uma trama que emana medo, de maneira que todas as pessoas da história acabam cedendo aos impulsos inevitáveis do bizarro, o que culmina para que os desejos calculistas de Melinda, sejam aceitos pelos demais personagens desta ficção. De certa maneira, este estilo de escrita, revela uma crítica sutil ao homem, cujos impulsos irracionais distorcem sentimentos tão elevados como o amor. “O Porta-Retrato” enquanto gênero de amor-terror, demonstra astutamente as dualidades inerente ao amor, sentimento ambíguo por natureza, que em sua passagem pela alma humana, arrasta consigo os lados mais indomáveis do ser.