Peso | 471 g |
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Dimensões | 1 × 17 × 24 cm |
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Selvagens Bebedeiras – Alcool, Embriaguez E Contatos Culturais No Brasil Colonial – Seculos XVI-XVII
R$60,00
- Autor: Joao Azevedo Fernandes
- Editora: Alameda
- Qtd. Páginas: 234
- Isbn: 9788579390685
- Código Estoque: 222788A
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Álcool, Embriaguez e Contatos Culturais no Brasil Colonial (Séculos XVI – XVII)
Este livro explora o contato entre os sistemas etílicos postos em cena nos séculos XVI e XVII.
De um lado, o sistema indígena das cauinagens – a bebida-alimento fermentada à base da mandioca –, cujas características e significados culturais são analisados à exaustão. De outro lado, o sistema etílico do colonizador português – o do vinho, também alimento! –, cujas origens e significados na história ocidental o autor apresenta em minúcias.
Em meio a descrições, inclusive técnicas, sobre o fabrico das bebidas e os cerimoniais acoplados ao consumo delas, João Fernandes enfrenta diversos tabus – de que o assunto, em si mesmo, está cheio. Por exemplo, destaca o papel crucial das mulheres no sistema do cauim, relativizando o lugar secundário que a etnologia dedicou à condição feminina no mundo tupinambá. Outro exemplo: as peculiariades de cada subsistema etílico europeu – o dos vinhos, o das cervejas e o dos destilados, tudo assim mesmo, no plural, porque, conforme a sociedade ou o tempo, o significado das bebidas variava, sem contar que o tipo de cada uma das bebidas jogava papel decisivo no campo das relações sociais e representações ligadas à embriaguez.
Voltando ao período colonial, Fernandes nos mostra a vitalidade cultural do cauim, mesmo depois de iniciada a colonização, embora a cauinagem tenha sofrido ataques frontais – quiçá fatais – sobretudo dos missionários. É possível dizer que a cauinagem foi dos poucos elementos culturais indígenas (a exemplo da antropofagia) com os quais a colonização/missionação se recusou a negociar.
O sistema português do vinho, por sua vez, foi mais longevo, apesar do clima abrasador do trópico, porém limitado ao enclave dos poucos reinóis que viviam na terra. O fato é que nem os portugueses tentaram impor o vinho aos índios, nem esses meteram seu cauim goela abaixo dos colonizadores. O contraste silencioso entre o cauim e o vinho permite alcançar, de