Peso | 186 g |
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Dimensões | 1 × 12 × 18 cm |
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Uma rede para Iemanjá
R$20,00
- Autor: Antonio Callado
- Editora: José Olympio
- Edição: 1
- Qtd. Páginas: 63
- Isbn: 9786558470298
- Código Estoque: M43604A
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Uma rede para Iemanjá é um emocionante auto de Natal afro-brasileiro com o poder da cultura negra, através das palavras de Antônio Callado. Esta edição conta ainda com apresentação da grande atriz Zezé Motta.
Na abertura de Uma rede para Iemanjá, peça escrita pelo célebre autor Antônio Callado em 1961, Pai de Juca está sentado em um banco de praia e olha para o mar em prece. Iemanjá levou seu filho e, com ele, talvez, seu tino. Como a figura de um preto velho, Pai de Juca pode ser considerado um guia, presente em todas as ações da peça e responsável por mesclar realidade e fantasia. Através de seus olhos surgem Manuel Seringueiro, Lili e Jacira ― esta última grávida e com um desejo imenso de responder ao chamado que o mar lhe faz.
Única peça do Teatro Negro de Callado que se passa em espaço aberto, Uma rede para Iemanjá pode ser lida como uma representação da condição do Brasil à época. Na cidade do Rio de Janeiro, que lhe serve de cenário, há o encontro do mar com o progresso urbano, a verticalização, a presença da migração nordestina, o sincretismo religioso, a mistura de negros e brancos. Estão em cena também o abandono, a esperança e a fé. A rede é o artefato simbólico que permite abraçar e embalar todas as dimensões apresentadas por Callado e que move a vontade de Jacira; é o que representa seu vínculo com a família, um lugar de pertencimento. Seu filho, portanto, só poderá nascer ali.
A professora e crítica literária Ligia Chiappini observa que, apesar de certa melancolia, há força da esperança nessa representação: “A peça, que parodia o nascimento de Cristo, o faz renascer a céu aberto […] podendo ser lida como uma versão afro-brasileira de um auto de Natal.” Uma rede para Iemanjá contém a beleza, a simplicidade e também a complexidade de tantos brasis que só mesmo Antônio Callado conseguiria embalar e encantar numa única rede.
Esta edição conta com apresentação da atriz Zezé Motta, prefácio de João Cezar de Castro Rocha, professor titular de Literat